Foi lindo demais!
Futebol não é apenas o que acontece em campo. Ele interpela nossas emoções e nos carrega para um vale de sentimentos que tocam e se abrigam em nosso espírito. Futebol é sentimento e um importante patrimônio cultural do nosso povo.
Por essas razões é que ele tem o poder de erguer nossa auto-estima e nos fazer felizes, ainda que por um breve momento. Sua capacidade de produzir auto-amor e alimentar a esperança, deixa em nós uma imbatível sensação de força e glória.
Há muito tempo esperamos o Hexa depositando a conquista desse título em alguns heróis, entre eles, um que quando não tem sob seus pés um par de chuteiras milionárias levando a bola para dentro do gol, está fora de campo humilhando nossa fé, desrespeitando nosso sentimento e decepcionando nossa esperança. E foi com esse ranço que recebemos a escalação e com essa humilhação que parte da nossa gente se recusou a vestir nossa canarinho e torcer pela nossa seleção.
Mas, eis que nossas esperanças são renovadas e nossa dignidade futebolistica-espiritual vem erguendo de volta nossa auto-estima. E esse encanto foi produzido por um novo heroi. Um que mesmo quando não calça chuteiras, está em campo jogando pelas pautas que interessam diretamente ao povo brasileiro e se posicionando no ataque por gols sociais e democráticos.
Neste momento de insegurança e instabilidade que vivemos no Brasil pós-eleição, um novo herói nos devolveu a possibilidade de nos unir sob nossos símbolos! Restabelece-se no mesmo momento da estreia do Brasil na Copa, nossa fé no Hexa e também nosso riso contido, nosso grito secreto. Se antes não nos sentíamos fervorosos, agora brilhou em nós a esperança de um novo título, um novo ídolo, um novo herói, um novo espírito e um novo Brasil.
Era tudo o que nos faltava.
Obrigada, Richarlison!